O desembargador Luiz Ferreira da Silva, da Terceira Câmara Criminal do Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), determinou que o escrivão da Polícia Civil Weider Chamos de Arruda responda em liberdade pelo assassinato da adolescente Rurye Perossi Yusseff, 16, em setembro de 2016, em Sinop.
A assessoria do TJMT confirmou que a liminar foi concedida. O acusado – que ficou preso por quase dois meses – já saiu do Centro de Custódia de Cuiabá (CCC) e aguardará julgamento em liberdade.
O processo tramita em segredo de Justiça, deste modo, não foi informado detalhes da decisão.
Weider e o primo dele, W. T., foram presos em maio por força de mandados preventivos decorrentes das investigações feitas pela Corregedoria da Polícia Civil.
A mãe da adolescente, a médica veterinária Cristiane Perossi, criticou a decisão de soltar o policial em uma postagem feita nas redes sociais.
“A alegação para tal habeas corpus é que já faz muito tempo que aconteceu o crime. Entendi com essa decisão do desembargador que se qualquer cidadão que cometer um assassinato e não for preso no prazo de 1 ano e meio, estará perdoado, livre”, desabafou a mãe.
Em janeiro deste ano, Cristiane Perossi também usou as redes sociais justamente para denunciar que a filha foi morta por um policial civil de Sinop. Ela obteve a informação no inquérito por meio de seu advogado.
Diligências vinham sendo realizadas na cidade do Norte desde setembro de 2017, quando o caso foi encaminhado pela delegacia (que já vinha investigando a morte) à Diretoria Geral que repassou à Corregedoria-Geral por causa do envolvimento do policial.
Conforme a Polícia Civil, as investigações apontam que a jovem não era alvo do atirador e a motivação do crime está relacionada a um desentendimento entre o escrivão de polícia e outro rapaz ,ocorrido momentos antes do crime, no mesmo evento – um ponto de encontro de jovens conhecido por Beco.
Após a discussão, o acusado e seu primo supostamente saíram do local e retornaram depois. O escrivão, por se encontrar em estado de embriaguez e querendo se vingar ou intimidar o grupo do rapaz com quem se desentendeu, realizou disparos e um dos tiros atingiu a jovem Rurye.
O policial ficou detido no Centro de Custódia, em Cuiabá, por se tratar de policial com curso superior e o primo dele segue detido no presídio de Sinop.
Fonte Camila Paulino/GD