Greve de 24 horas marcada para 19 de março em protesto contra contratação da Fundação Getúlio Vargas pela Prefeitura, visando desmontes nos planos de carreira.*
Sinop, MT – Servidores Públicos Municipais de Sinop, situado a aproximadamente 500 km da capital Cuiabá, declararam que irão paralisar suas atividades por 24 horas no próximo dia 19 de março. A decisão de greve, anunciada por tempo determinado, surge como resposta à contratação da Fundação Getúlio Vargas (FGV) pela Prefeitura Municipal, no valor de R$ 850.000,00. Segundo as entidades Sindicais (Sintep e SSPMS), o objetivo da contratação seria promover o que consideram ataques aos direitos dos servidores públicos e desmantelar o plano de carreira da educação e o plano de carreira, salário e vencimentos dos demais servidores municipais.
A Prefeitura de Sinop, sob gestão do prefeito Roberto Dorner, do partido Republicanos, constituiu grupos de trabalho que, sob a égide de uma “reforma administrativa”, propôs alterações nos planos de carreira que dificultariam a progressão dos servidores por meio de formação escolar e tempo de serviço. A FGV, conhecida por seu lema de assessorar prefeituras na redução de investimentos remuneratórios em servidores públicos, foi contratada para elaborar essas mudanças, as quais foram conduzidas de maneira reservada, despertando preocupação e indignação entre os sindicatos.
O Sindicato dos Trabalhadores da Educação e o Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Sinop têm expressado profunda preocupação com a proposta, argumentando que os recursos destinados à contratação da FGV poderiam ser melhor aplicados em outras áreas críticas do município, como saúde e infraestrutura. Até mesmo, para o custeio do concurso público para suprir as demandas de falta de servidores em todas as secretárias do Município.
Diante da repercussão negativa e do possível desgaste eleitoral, visto que o prefeito Roberto Dorner é candidato à reeleição, houve um recuo temporário na implementação das reformas para não impactar nos seus possíveis votos e de seus aliados políticos. Contudo, a manutenção do contrato com a FGV e a continuidade dos estudos para as reformas sugerem que, em caso de reeleição da atual administração, as mudanças nos planos de carreira podem ser retomadas já nos primeiros dias de 2025.
Este movimento dos servidores públicos de Sinop destaca-se como um capítulo significativo na luta pelos direitos dos trabalhadores e pela valorização dos profissionais da educação, e dos demais servidores que estão sobrecarregados com a falta de efetivos e valorização, em um contexto onde as políticas de ajuste fiscal e reforma administrativa tornam-se cada vez mais centrais nos debates públicos municipais e nacionais. A paralisação planejada busca não apenas contestar as propostas em curso, mas também alertar a população sobre os impactos potenciais dessas reformas na qualidade dos serviços públicos oferecidos à comunidade.
A Prefeitura de Sinop, até o momento da publicação, não se manifestou ao anuncio de paralisação oficializado pelo Sintep-MT e Sindicato dos Servidores Públicos Municipais de Sinop (SSPMS) sobre a greve anunciada e as críticas à contratação da FGV. A situação permanece em aberto, com a comunidade local e os servidores públicos atentos às próximas movimentações da administração municipal.
Assessoria