Agronegócio

FRETE Safra recorde de soja vai impactar custo do frete a partir de fevereiro

Foto reprodução

Depois da queda nos preços dos fretes rodoviários registrada no ano passado, a expectativa é de que os valores voltem a subir entre 15% e 20% já a partir de fevereiro, principalmente devido à previsão de safra recorde de soja, conforme a Associação Nacional dos Exportadores de Cereais (Anec).

A Associação estima que os preços dos fretes se mantenham nos níveis de 2023.
Em dezembro, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) apontou que os fretes rodoviários tiveram os valores reduzidos em quase todas as regiões produtoras de soja e milho, que respondem pela maior parte da produção de grãos no Brasil, devido à menor quantidade de produtos para transporte. Segundo a Conab, o frete de Sorriso (MT) para o porto de Santos (SP) registrou queda de 7% em novembro em relação ao mês anterior e 21% na comparação com novembro de 2023.

Mas a expectativa de uma safra recorde de soja este ano deve impactar no preço dos fretes rodoviários já a partir de fevereiro. Segundo a Conab, o Brasil deve colher 322,5 milhões de toneladas de grãos e oleaginosas em 2025, incluindo 166 milhões de toneladas de soja. A colheita será 8,2% maior que a do ano passado, de 297,7 milhões de toneladas de grãos.

O Country Director da Ascenza Brasil, Renato Francischelli, comenta que o transporte tem grande impacto no custo da produção agrícola e o produtor deve estar atento às mudanças e expectativas do mercado nesse segmento. “A distribuição dos produtos agrícolas exige estratégias que impactam no custo e na cadeia produtiva”, lembra.

A expectativa é de que, após o impacto da colheita de soja, os valores do transporte rodoviário continuem em alta ao longo do ano, com a chegada da safra de milho e outros cultivos. Questões como chuvas e a situação das rodovias são fatores que interferem no valor do frete. De acordo com a Confederação Nacional do Transporte (CNT), cerca de 60% das estradas federais apresentam algum tipo de deficiência.

O setor logístico ainda tem enfrentado desafios como a escassez de mão de obra, a falta de motoristas qualificados, falta de investimento em infraestrutura, diversificação dos modais de transporte, falta de capacitação de profissionais e redução da carga tributária sobre combustíveis e pedágios.

O custo do transporte em 2025 está pressionado pelo aumento do dólar e do petróleo, que pode resultar em reajuste do diesel, segundo analistas de mercado. O preço do diesel, que se manteve estável em 2024, representa entre 40% e 60% do valor do frete.

Em 2025 a adoção de práticas sustentáveis e a digitalização do transporte de cargas, que também impactam o valor do frete. Empresas do setor já estão investindo em soluções tecnológicas para maior eficiência do sistema logístico. Com a crescente demanda por ações de redução de emissões de carbono, o agronegócio busca alternativas sustentáveis para o transporte, como a adoção de veículos elétricos e o uso de biocombustíveis.

Levantamento feito pelo Grupo de Extensão e Logística da Escola Superior Luiz de Queiroz (Esalq-Log/USP) mostra que, de 2010 a 2023, a participação do transporte rodoviário no escoamento da produção do agro aumentou de 44,7% para 54,2%. Ainda conforme a Esalq-Log, as rodovias recebem 96% do transporte agrícola no mercado doméstico.

PIB DO AGRO – A CNA estima que o aumento na produção de grãos previsto para este ano, somado ao avanço da indústria de insumos agropecuários e ao fortalecimento do setor agroexportador, vai resultar em um crescimento de 5% no Produto Interno Bruto (PIB) do agronegócio em 2025.

De acordo com o Ministério da Agricultura, as exportações do agronegócio brasileiro atingiram US$ 164,4 bilhões em 2024, o segundo maior valor da série histórica, que corresponde a 49% das exportações totais do país.

Mariana Peres/DC

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