Polícia

Operação La Catedral cumpre 132 ordens judiciais contra associação criminosa formada por presos em cadeia pública de MT

A Polícia Civil de Mato Grosso, por meio da Delegacia Especializada de Roubos e Furtos de Primavera do Leste, deflagrou nesta terça-feira (07.05), a Operação La Catedral para cumprir 132 ordens judiciais, entre prisões preventivas, buscas e apreensões, bloqueios de contas bancárias, além de sequestro de bens móveis e imóveis dos investigados. A investigação apura os crimes de corrupção passiva, corrupção ativa, lavagem de capitais e facilitação de saída de pessoa presa para atividades ilegais.

Os mandados são cumpridos em cidades de quatro estados: Primavera do Leste, Paranatinga e Dom Aquino (MT); Uberlândia (MG); Rio Verde (GO) e Santana do Araguaia (PA).

A investigação, de quase um ano, reuniu diversas informações produzidas a partir de relatórios financeiros e investigativos, identificou atividades ilegais envolvendo pessoas presas e o diretor da cadeia pública de Primavera do Leste. A Polícia Civil apurou a existência de uma associação criminosa que se formou para comprar facilidades e movimentar dinheiro obtido ilegalmente e promover a lavagem de capitais por meio de empresas de construções e, ainda, ofertar vantagens ilícitas a servidores públicos.

Para legitimar os valores recebidos, os investigados utilizaram terceiros e também de pessoas jurídicas para movimentar os valores ilícitos. Houve ainda a aquisição de veículos e imóveis para dar aparência de legalidade ao dinheiro.

O líder do esquema criminoso, Janderson Lopes, foi alvo de mandados de prisão preventiva, busca e apreenssão, bloqueio de valores e sequestro de bens. Já o diretor da cadeia pública de Primavera do Leste foi alvo de busca e apreensão, bloqueio de bens e afastamento do cargo.

Patrimônio 

Um dos principais alvos da investigação é Janderson dos Santos Lopes, de 30 anos, detido em regime fechado na unidade prisional de Primavera do Leste, após ser condenado a 39 anos de reclusão. Apesar de recluso, a Polícia Civil identificou que ele tinha total liberdade para continuar com suas atividades criminosas lideradas a partir da cadeia pública.

Janderson foi alvo de duas operações anteriores da Polícia Civil – Três Estados e Red Money – que investigaram os crimes de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro. Ele e a esposa tiveram os tiveram os bens confiscados e arrestados nas operações.

Porém, após pouco mais de um ano de sua transferência para a cadeia de Primavera do Leste, Janderson adquiriu um considerável patrimônio, incluindo a abertura de empresas, compra de uma frota de caminhões com reboques e semirreboques; imóveis em Cuiabá, Primavera do Leste e Poxoréu; e veículos de luxo para ele e para sua esposa, que também foi presa. Além disso, ele ostenta em rede social uma vida de alto padrão, compartilhando imagens de seus caminhões, carros, construções imobiliárias e também de gado bovino, como se

fosse um cidadão livre

.

A equipe de investigação apurou que o criminoso tinha autorização judicial para trabalhar externamente e frequentar a faculdade em Primavera do Leste. No entanto, no período de investigação, a equipe policial constatou que ele não compareceu ao trabalho e nem às aulas do curso.

No ano passado, a Delegacia Regional de Primavera do Leste instaurou investigação para apurar supostas irregularidades na cadeia pública local, conforme apontada em correição realizada pelo Tribunal de Justiça em 2022. No inquérito, foi relatada a existência de um esquema de corrupção na venda de benefícios dentro da unidade prisional que incluíam, principalmente, a autorização de trabalho externo e alojamento privilegiado na cadeia.

Entre os pagamentos de propinas para o diretor da cadeia pública foi apurado que Janderson Lopes teria transferido R$ 20 mil, por intermédio de outras pessoas, para conseguir trabalho externo. Além dele, outros presos também teriam feito pagamentos para o trabalho extramuros.

Movimentação financeira

Dados analisados do relatório de inteligência do Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF) demonstraram transações realizadas entre os próprios investigados, corroborando, assim, os vínculos típicos de associação criminosa.

Entre fevereiro de 2022 e novembro do ano passado foram feitas movimentações bancárias em valores que vão de 485 mil a 24 milhões de reais. Além das transações entre si, os investigados também receberam créditos e efetuaram depósitos em contas bancárias de presos ou familiares de presos.

“Esses relatórios evidenciam uma atividade típica de movimentação financeira associada à lavagem de capitais, uma vez que pessoas sem qualquer tipo de vínculo, seja pessoal, profissional ou geográfico, realizaram transferências bancárias em quantias significativas”, pontuaram os delegados Honório Neto e Rodolpho Bandeira, da Derf de Primavera do Leste.

Foto PJC/MT

 

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