Em Mato Grosso, 79,3% da malha rodoviária pavimentada apresenta algum tipo de problema, sendo considerada regular, ruim ou péssima.
Isso significa dizer que somente 20,7% da malha é considerada ótima ou boa.
Somente no Estado, para recuperar as rodovias, com ações emergenciais, de restauração e de reconstrução, são necessários R$ 3,60 bilhões.
É o que revela a 25ª edição da Pesquisa CNT de Rodovias, divulgados na quarta-feira (9).
O estudo avalia toda a malha pavimentada das rodovias federais e os principais trechos estaduais.
Em nível nacional, os dados apontam que o estado geral da malha rodoviária brasileira piorou em 2022.
“Os resultados da 25ª edição da Pesquisa CNT de Rodovias demonstram a urgência de estruturação de ações voltadas à melhoria de nossas rodovias, vez que houve piora dos índices de qualidade em relação ao ano passado”, diz o presidente da CNT, Vander Costa.
Durante 30 dias, 22 equipes percorreram as cinco regiões do país de forma a compor os resultados da pesquisa deste ano.
Os trechos contemplados abrangeram a totalidade das rodovias federais e trechos estaduais considerados estratégicos para a integração e movimentação de cargas e passageiros em território nacional.
Em nível nacional, dos 110.333 quilômetros avaliados 66% foram classificados como regular, ruim ou péssimo.
Em 2021, esse percentual era de 61,8%.
“Essas condições inadequadas ocasionam, ainda, danos ambientais e à saúde, pois propiciam o aumento de emissões de gases de efeito estufa”, alerta.
No Estado, foram analisados 5.484 km neste ano, que representam 5% do total pesquisado no Brasil.
Ao todo, a pesquisa identificou 15 pontos críticos ao longo das estradas que cortam o território mato-grossense.
E, as condições do pavimento, geram um aumento de custo operacional do transporte de 31,8%.
“Isso reflete na competitividade do Brasil e no preço dos produtos”, aponta o relatório.
Quanto ao pavimento, a CNT aponta que 57,9% da extensão da malha rodoviária apresenta problemas e 42,1% está em condição satisfatória.
Em relação à sinalização, 74,8% dos trechos avaliados são considerados regular, ruim ou péssima e 25,2%, ótima ou boa.
Além disso, 4,1% da extensão está sem faixa central e 8,2% não tem faixas laterais.
Outro item avaliado é o de geometria (traçado) da via.
Dos mais de 5,4 mil km, 61,6% apresenta algum tipo de problema e 38,4% está ótima ou boa.
“As pistas simples predominam em 92,2%, falta acostamento em 49,2% dos trechos avaliados e 27,0% dos trechos com curvas perigosas não tem sinalização”, cita a CNT.
A confederação estima ainda que haverá um consumo desnecessário de 55,5 milhões de litros de diesel devido à má qualidade do pavimento da malha rodoviária que cortam o território mato-grossense.
“Esse desperdício custará R$ 253,26 milhões aos transportadores”, diz.
A Secretaria de Estado de Infraestrutura e Logística (Sinfra-MT) garante que vem investindo nas melhorias das estradas estaduais nos últimos anos.
Exemplo disso é a publicação do edital da licitação para contratar a empresa, que vai executar as obras de duplicação da MT-140, em Sinop (500 km ao Norte de Cuiabá).
Por lá, será duplicado um trecho de sete quilômetros da travessia urbana da rodovia, na saída para Santa Carmem.
O investimento previsto pelo Governo é de R$ 31,4 milhões para a realização desta obra.
A licitação será realizada na modalidade de Regime Diferenciado de Contratação (RDC), em lote único, e com o critério de escolha pelo menor preço.
Joanice de Deus
Diario de Cuiabá