O deputado federal Juarez Costa (MDB) se tornou réu na Justiça Eleitoral por crimes de calúnia e difamação contra o prefeito de Sinop (500 KM ao norte de Cuiabá), Roberto Dorner (PSD), referente à disputa eleitoral de 2020. A decisão é do juiz eleitoral Cleber Luis Zeferino de Paula, que nesta quarta-feira (18), recebeu a denúncia do Ministério Público Eleitoral (MPE).
“Havendo nos autos lastro probatório mínimo e idôneo a denotar a existência do fumus boni juris, recebo a denúncia, na forma em que posta em juízo, dando os acusados Juarez Alves da Costa e Ladimir Dal Bosco como incursos no artigo 324, §1º c.c 326 do Código Eleitoral, vez que preenchidos os requisitos do artigo 357, §2º, do Código Eleitoral”, diz trecho da decisão.
Juarez Costa foi apontado pela Polícia Federal como o responsável pela divulgação de vídeos apócrifos que acusaram Dorner de pedófilo durante as eleições de 2020, quando disputaram o comando da cidade.
De acordo com a PF, os indícios de autoria dos vídeos que acusavam Dorner de pedofilia seriam de responsabilidade de Juarez Costa e Ladimir Dal Bosco, seu candidato a vice na época.
“Que apesar de terem negado participação na divulgação dos vídeos, imputando a responsabilidade a equipe de marketing, o fato foi contestado pela empresa TR Produções de Som e Imagens Ltda, que afirmou ter sido o ‘candidato quem fez os contatos e pediu a nossa contratação’ e, ainda , ‘os responsáveis pelo conteúdo dos programas e inserções são sempre os candidatos, ou alguém designado por ele”, diz trecho do relatório policial.
A investigação começou ainda em 2020 após a apresentação da notícia-crime por Roberto Dorner, que alegou ter sua honra ‘atacada’ por Juarez Costa e Dal Bosco em razão dos vídeos, no horário eleitoral gratuito, ‘com fatos inverídicos, existindo, portanto, a prática dos crimes de divulgação, calúnia, difamação e injúria, com fins eleitorais’.
Os vídeos traziam relatos de duas jovens que alegavam ter sofrido abusos do então candidato a prefeito. Em um dos vídeos uma mulher revela que Dorner engravidou uma menina de 13 anos que possuía deficiência mental. Roberto Dorner sempre negou as acusações.