O juiz da 2ª Zona Eleitoral de Guiratinga (388 km de Cuiabá), Aroldo José Zonta Burgarelli, cassou a chapa eleita na cidade nas eleições municipais de 2020. O prefeito Waldeci Barga Rosa, e a vice, Leonor de Fátima Bassi Martini, ambos do DEM, foram cassados por abuso de poder econômico em decisão desta sexta-feira (5).
A decisão atende a uma ação de investigação judicial eleitoral (AIJE) proposta por Humberto Domingues “Bolinha” (PSDB), que ficou em segundo lugar na disputa em 2020. Além da cassação, os dois membros da chapa também se tornaram inelegíveis por 8 anos.
De acordo com informações da decisão, o abuso de poder econômico se deu na “prisão em flagrante do correligionário dos representados pelo cometimento, em tese, dos delitos de boca de urna e tentativa de compra e venda de votos, na captação ilícita de sufrágio mediante depósitos bancários, captação ilícita de sufrágio mediante oferecimento de combustível e dinheiro, fornecimento de taxista clandestinos aos eleitores no dia da eleição e promessa de recompensa pelo apoio político”.
Segundo os autos, Juvércio Alves Gonçalves Filho, um dos “correligionários” de Waldeci Barga Rosa, foi preso em flagrante com “diversos santinhos” do então candidato, além de R$ 3.450,00. A suspeita é de que o dinheiro seria distribuído para quem votasse no “chefe”.
A decisão do juiz da 2ª Zona Eleitoral descreve ainda a preocupação entre “correligionários” do prefeito cassado em relação a motoristas que iam abastecer, mas que “não iam votar” – “desperdiçando”, assim, os vales-combustíveis “doados” pela campanha -, a utilização de “taxistas clandestinos” para levar os eleitores aos locais de votação, o pagamento de R$ 500 a um apoiador que “arrumou” 90 votos para Waldeci Barga, além de outros crimes.
Apesar da decisão, Waldeci segue no cargo e ainda pode recorrer da cassação no Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MT). Se o órgão manter a condenação ele é afastado, só restando apelar ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE).
Em nota, o prefeito cassado de Guiratinga afirmou que “respeita a decisão” e que confia na Justiça Eleitoral para reverter a cassação.
