O ex-governador Pedro Taques (PSDB) oficializou nesta segunda-feira (2) o pedido de desfiliação do PSDB, partido que estava filiado desde agosto de 2015, durante o seu primeiro ano de mandato como governador. A decisão de Taques ocorre 3 dias após o PSDB decidir lançar a pré-candidatura do ex-deputado Nilson Leitão (PSDB) ao Senado.
"[…] vem requerer a vossa excelência que determine a retirada do meu nome dentre aqueles relacionados como filiados ao Partido da Social Democracia Brasileira – PSDB, com os necessários efeitos legais", diz trecho do pedido protocolado ma 39ª Zona Eleitoral de Cuiabá.
Taques chegou a colocar o nome dele à disposição do PSDB para a disputar a eleição suplementar ao Senado de 26 de abril próximo. O ex-governador se amparou na pesquisa interna do PSDB nacional em que aparece com 2 pontos percentuais na frente de Leitão em uma eventual disputa.
Porém, percebendo que Nilson levaria a melhor em uma eventual disputa de escolha dentro da direção estadual, Taques decidiu deixar a sigla.
Pedro Taques aguarda a decisão do Tribunal Regional Eleitoral de Mato Grosso (TRE) a respeito da flexibilização da data de filiação para quem queira disputar a eleição suplementar.
A consulta feita pelo Cidadania teve um parecer da equipe técnico do TRE e será votada na sessão terça-feira (3) pelo pleno do Tribunal Regional.
Nos bastidores, Taques tem um pré-acordo com o Solidariedade (SD) para disputar o Senado, caso consiga dilatar o tempo de filiação para a eleição suplementar.
As negociações passam pelo prefeito de Rondonópolis (212 KM ao sul de Cuiabá), Zé Carlos do Pátio (SD), responsável pelo diálogo com o ex-governador. "Nada definido ainda", disse Taques ao ser questionado da filiação.
Pedro Taques é ex-procurador da República e teve uma ascensão meteórica na política. Em 2009 deixou a carreira no Ministério Público Federal (MPF) para disputar o Senado nas eleições de 2010, sendo eleito com mais de 708 mil votos pelo PDT.
Se destacando dentro do Senado como um dos principais opositor do presidente da Casa na época, senador Renan Calheiros (MDB-AL), Taques chegou a disputar a presidência do Senado em 2013 contra Calheiros, sendo derrotado.
Em 2014 foi eleito no primeiro turno com 833.788 mil votos. Em agosto de 2015 deixa o PDT e se filia ao PSDB, seguindo o mesmo caminho que o ex-governador Dante de Oliveira (falecido em 2006).
Porém, diferente de Dante, não conseguiu se reeleger em 2018 ficando em 3º lugar na disputa e se tornando o primeiro governador a não conseguir a reeleição no Estado.
