Em audiência nesta terça (17), no Judiciário, os pais já ficaram autorizados a fazer a destroca. No entanto, mediante muito choro e nervosismo, o acordo feito foi o de que isso será gradativo, para as crianças não sofrerem.
Meninos saudáveis foram trocados na maternidade do Hospital Regional de Alta Floresta e criados até agora por mães “adotivas” e não biológicas “Eu particularmente me emocionei com esta situação”, narra o advogado Gérson Severo, que representa uma das mães, Erivânia Danfel. Segundo ele, na audiência, a cliente começou a chorar e pediu mais tempo, até que o menino criado por ela desmame.
Já Franciele Monteiro Garcia, que é a outra mãe, mostrou-se mais preparada para desfazer um erro o quanto antes, porém não colocou barreiras e também quis evitar o sofrimento dos meninos, ambos saudáveis e amados pelas duas mães e dois pais. “Amo os dois igualmente”, afirma Francielli. No facebook, após a destroca, ela comentou. “Acabou de fazer a troca das crianças agora que meu coração vai parar de bater, meu Deus”.
As duas mães, Francielli e Erivânia, se encontraram em um posto de saúde, meses após o nascimento, e Francielli se chocou quando viu o bebê da outra mãe. Afirma que é a cara do marido dela. Diz ter ir ao fundo da unidade de saúde, para tomar um vento e chorar. Foi quanto começou a angústia desta famílias de Alta Floresta, que fizeram um exame de DNA inicial, confirmando que cada bebê não era biológico das respectivas mães.
Neste segundo exame, que orientou a decisão judicial na audiência desta terça, o resultado é comprobatório da maternidade de cada uma delas. O caso teve repercussão nacional. Segundo o advogado Severo, agora é torcer, para que tudo dê certo, para que as crianças se adaptem.
O Hospital Regional de Alta Floresta não reconheceu o erro, mas abriu investigação para conferir as circunstâncias do nascimento dos meninos. O resultado da investigação não foi divulgado até o momento.