Apesar de uma pré- candidatura ao governo do Estado não ter sido apresentada de forma concreta, o ato de filiação promovido pelo Democratas (DEM) na noite de ontem (23) foi marcado por discursos eleitorais, que sinalizaram de forma mais clara o desejo por um rompimento com a gestão Pedro Taques (PSDB).
Personalidade da noite, o presidenciável Rodrigo Maia defendeu os nomes de Jayme Campos e Mauro Mendes para a disputa. O ex-prefeito de Cuiabá, aproveitou a oportunidade para, novamente, tecer críticas, dessa vez veladas, ao governador tucano.
No palanque, para uma platéia repleta de políticos, disse que não se pode “viver num Estado onde medo e ameaça são uma arma na política”. A afirmação de Mendes refletiria um sentimento que, nos bastidores, é comentado entre os ainda aliados do governador: de que o discurso de honestidade e caça aos corruptos, por vezes, tem ofendido quem defendeu a candidatura do tucano em 2014.
Presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia destacou o respeito o DEM ao atual governo do Estado, mas ponderou que todo partido precisa construir um projeto próprio. “Se o nosso projeto se consolidar, é claro que o partido deverá deixar o governo de Pedro Taques. Com todo respeito que tenho por ele, entendo que cada partido deverá construir o seu caminho e, no meu ponto de vista, o melhor caminho para o DEM é uma candidatura própria”, disse, reiterando que a discussão do assunto será feita pela direção regional do partido.
O evento também contou com as presenças de lideranças do arco de aliança de Taques, entre eles, o vice-governador Carlos Fávaro (PSD) e o deputado federal Nilson Leitão (PSDB). “O DEM tem todo o direito de lançar candidato, de colocar nome a qualquer tipo de disputa e o PSDB tem que respeitar esse espaço. Eleição não é guerra”, defendeu o deputado.
Mais propenso a continuar ao lado do atual governador, o presidente da Assembleia Legislativa, Eduardo Botelho também defendeu a construção de um projeto novo para Mato Grosso pelo Democratas. Já Jayme e Júlio Campos mantiveram o discurso de buscar uma candidatura própria no Estado, reafirmando que o partido tem musculatura o suficiente para lançar um nome, não apenas ao governo, mas também ao Senado.
No palanque, os pronunciamentos demonstraram um tom muito mais eleitoral do que nas entrevistas concedidas antes e depois do ato de filiação das novas lideranças. As afirmações de que ainda é cedo para falar em candidaturas, foram deixadas de lado perante as mais de 700 pessoas quem empunhavam bandeiras e cartazes. Deram espaço ao discurso de busca por melhorias para o Estado.
Fonte Janaina Soares
