Dez mulheres foram assassinadas nos primeiros 39 dias de 2018 em Mato Grosso. As vítimas são adolescentes, jovens e mulheres, entre 15 e 45 anos.
De acordo com levantamento da Secretaria de Segurança Pública de Mato Grosso (Sesp), pelo menos sete mulheres, entre 18 a 59 anos, foram vítimas de homicídio no mês de janeiro. Em fevereiro, outros três casos já foram registrados.
Os assassinatos ocorreram em Cuiabá, Várzea Grande, (região metropolitana de Cuiabá), Rondonópolis (a 218 km da capital), Cáceres (a 220 km de Cuiabá), Lucas do Rio Verde (a 360 km de Cuiabá), Guarantã do Norte, a 721 km de Cuiabá, Nova Ubiratã (a 506 km de Cuiabá) e Juara, a 690 km de Cuiabá.
Na maioria dos casos, a autoria do crime é atribuída a namorados, ex-namorados, maridos e ex-maridos das vítimas.
De todos os assassinatos, apenas um caso houve prisão de suspeitos.
A professora Rosineide Maria de Souza, de 45 anos, estava desaparecida e foi encontrada morta no Rio Vermelho, em Rondonópolis, no dia 9 de janeiro. O ex-companheiro dela, Valdeci Vieira da Silva, de 46 anos, e o irmão dele, Valdomiro Vieira da Silva, de 40 anos, confessaram a autoria do crime.
Ele disse à polícia que matou a vítima durante uma discussão por causa de um novo relacionamento que Rosineide havia começado.
Já no dia 3 de janeiro, uma adolescente foi assassinada a tiros em Rondonópolis. Kelly Cristina Lopes de Morais, de 15 anos, foi encontrada morta depois de ser baleada na rua.
Outra vítima, uma mulher de 41 anos, foi assassinada a tiros pelo marido dela, no dia 14 de janeiro, no Bairro Pirinéu, em Várzea Grande. O servidor público da Prefeitura de Várzea Grande Vitorino José da Cruz se matou depois de matar a mulher, Célia Cristina Ferreira, na casa da família.
A filha de Célia afirmou que a mãe tinha pedido a separação, mas que Vitorino não aceitava o fim do relacionamento.
Assassinada pelo marido, a jovem Edilene Coelho dos Santos, de 30 anos, estava amamentando o filho recém-nascido quando foi morta, no dia 17 de janeiro em Guarantã do Norte. Ademilson Nunes ainda não foi preso.
Em Nova Ubiratã, Maria Lopes dos Santos Souza, de 43 anos, foi morta pelo marido dela, ao qual estava em processo se deparação. A vítima estava na casa da irmã dela, que havia a acolhido depois que Maria foi agredida pelo marido.
Outro caso de repercussão é a da jovem Vanessa Tito Poquiviqui Ramos, de 21 anos, foi encontrada morta dentro de casa, no Bairro Três Barras, em Cuiabá, no dia 31 de janeiro.
Suspeito de assassinar a namorada, o jovem Maycon Júnior da Silva Dantas, de 30 anos, gravou um vídeo da vítima agonizando antes de morrer. Ele teve a prisão preventiva decretada e é considerado foragido
Nos primeiros dias de fevereiro outras três mulheres também foram assassinadas no estado. Uma delas foi a adolescente de 17 anos, Débora Pereira da Silva. O corpo dela foi encontrado morta na terça-feira (6), no Bairro Três Barras, em Cuiabá. A Polícia Civil afirmou já ter ouvido alguns familiares e um ex-namorado de Débora, mas o autor ainda não foi identificado.
Na quarta-feira (7), uma mulher foi assassinada em Lucas do Rio Verde. O crime ocorreu na rua, em frente a um bar. A mulher foi identificada apenas pelo nome de Antônia, que teria 35 anos. Nenhum documento de identidade foi encontrado com ela.
Na quinta-feira (8), uma mulher foi assassinada dentro do banheiro da casa dela, em Juara. Izabel Aparecida do Amaral, de 31 anos, foi degolada. O namorado dela, Magno Aparecido Reato, de 33 anos, também foi esfaqueado. O principal suspeito de cometer o crime é o ex-namorado de Izabel. Ele foi identificado, mas não foi encontrado pela polícia.
Mulheres mortas em 2017
De acordo com o levantamento da Sesp, 75 mulheres foram assassinadas entre janeiro e dezembro de 2017 em Mato Grosso. Desses casos, seis ocorreram em Cuiabá e outros seis em Várzea Grande.
Por causa dos assassinatos contra mulheres registrados nos primeiros dias de 2018, uma reunião extraordinária está prevista para ocorrer no dia 20 de fevereiro com o secretário de Segurança Pública, Gustavo Garcia.
A reunião deve contar com representantes de diversas instituições, como Núcleo de Defesa da Mulher da Defensoria Pública, Conselho Estadual de Defesa da Mulher (CEDM), Polícia Civil, Polícia Militar, Corpo de Bombeiros Militar, Departamento Estadual de Trânsito (Detran-MT), Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT), Secretaria de Estado de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh), entre outros.
Fonte – G1MT