De acordo com o vice-Ministro de Industrialização e Comercialização da Bolívia, Humberto Salinas, a integração com a América do Sul é muito importante, é uma prioridade para seu país. E que essa parceria para o fornecimento do gás natural a Mato Grosso é uma ação que irá colaborar para que essa integração ocorra.
Fávaro, por sua vez, lembra que a parceria tem sido fomentada desde o início desta gestão. “Fizemos uma caravana pelo país estreitando o relacionamento. Reativamos o ano passado a Zona de Processamento de Exportação (ZPE), depois de 20 anos, que é voltada a nossa comunicação de compra e venda dos países da América do Sul em especial com a Bolívia. É um passo gigante e a certeza que Mato Grosso e o Brasil quer muito uma ligação mais forte com a Bolívia.”
Segundo informações da Secretaria de Estado de Comunicação (Sefaz), na oportunidade, também serão discutidos avanços nas tratativas da pauta de fornecimento de ureia boliviana para Mato Grosso, a execução de pavimentação do trecho rodoviário boliviano que liga San Matias – San Ignacio, entre outros.
O secretário de Desenvolvimento Econômico, Carlos Avalone, explica que o Estado já tem um contrato de fornecimento de gás com o país vizinho, mas é interrompível, o que significa que o país disponibiliza o gás, apenas quando há excedente. “Isso não dá segurança para que as indústrias possam se converter para o gás natural porque ela não sabe o dia que vai terá o produto. E hoje nós consumimos pouco gás por isso”.
Ele adianta ainda que a intenção é Mato Grosso passar a ter o recebimento do gás a partir de março devido aos trâmites jurídicos no Brasil e na Bolívia. “Essa demanda poderá crescer conforme formos fechando contratos com as indústrias locais”.
Histórico
A parceria entre os dois países vem sendo trabalhada pelo governo do Estado que pleiteia a importação de 4 milhões de metros cúbicos, por dia, do gás boliviano. Em reunião no ano passado com presidente boliviano, Evo Morales, o governador Pedro Taques colocou a possibilidade de uma sociedade de uma empresa mato-grossense com o governo boliviano para garantir a distribuição do gás.
A Bolívia tem uma produção de 58 milhões de metros cúbicos, por dia, através da empresa estatal YPFB. Destes, a maior parte é comprada pela Petrobras, cerca de 30 milhões. Outros 15 a 17 milhões de metros cúbicos são enviados diariamente para a Argentina, país que já anunciou a intenção de aumentar a compra do gás produzido no Chile, principalmente no inverno, quando falta energia naquele país.
Fonte – OlharDireto