Os casos de mortes envolvendo motociclistas reduziram 30% no trecho concessionado da BR-163 nos últimos dois anos, segundo levantamento realizado pela Concessionária Rota do Oeste.
Os registros da empresa demonstram que em 2017 ocorreram 18 óbitos contra 26 no ano anterior. Apesar da queda na gravidade dos acidentes registrados, as ocorrências com este tipo de veículo ainda chamam atenção por representarem 30% do total no trecho sob concessão de 850,9 quilômetros, de Itiquira a Sinop.
O número de acidentes com motocicletas se manteve estável, assim como a quantidade de feridos, em média, menos de dois casos por dia nas duas situações. Os dados da Concessionária demonstram ainda que 70% dos acidentes ocorrem nas travessias urbanas das cidades, principalmente nas vias marginais. O município de Sinop concentra 37% das ocorrências, seguido de Rondonópolis com 8% e Várzea Grande com 7%.
Esta realidade, de acordo com o diretor de Operações da Rota do Oeste, Fernando Milléo, é reflexo da soma do fluxo de veículos de carga, passeio e motocicletas no mesmo espaço, o que termina comprometendo a segurança.
“Outro ponto que contribuiu para o alto índice de acidentes nas travessias urbanas é o fato de o motociclista desprezar que mesmo passando pela cidade, a BR-163 não deixa de ser uma rodovia. Muitos entendem essa região, equivocadamente, como uma avenida e, de certa forma, ignoram os riscos do intenso fluxo de caminhões e carretas na região”, comenta Milléo.
O superintendente da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Aristóteles Cadidé, complementa que o desrespeito às normas de trânsito também contribui para as estatísticas. Nas travessias urbanas, é comum o uso de acessos irregulares, passagem pelo canteiro central, ultrapassagens e o excesso de velocidade praticada pelos motociclistas.
“Desde a instituição do Código de Transito Brasileiro, em 1997, várias ações foram incisivas para conscientizar pedestres, motoristas, ciclistas e motociclistas. Ainda assim, algumas práticas irregulares são frequentes e a PRF atua na conscientização e fiscalização de condutores, reforçando o risco que tais atitudes podem causar”, explica.
Os registros mais recorrentes envolvendo motocicletas são relacionados às quedas, que representam 40% dos casos. Na sequência estão as colisões transversais (24%), choques traseiros (14,5%) e as batidas laterais (12%). Segundo Cadidé, as quedas, na maioria das vezes, ocorrem por imprudência e imperícia dos próprios motociclistas.
A PRF avalia ainda que as colisões transversais, segundo tipo de acidente mais comum, são resultado do hábito equivocado de ‘cortar’ caminho por meio do uso de acessos irregulares, passagem por cima de canteiros centrais, bem como a desatenção no momento de acessar as vias de maior movimento.
“A orientação da PRF é que o motociclista redobre a atenção nas rodovias, procure usar sempre as vias marginais, onde o tráfego de veículos pesados é menor, bem como siga as leis de trânsito. Temos conseguido um aumento no uso dos capacetes, que é um item de segurança, e essa consciência tem que ser ampliada para outros comportamentos, como a redução da velocidade praticada nas rodovias e até mesmo dentro da cidade”, pondera o superintendente.
Para coibir o excesso de velocidade, a Rota do Oeste está revitalizando os radares existentes ao longo do trecho sob concessão. A medida atende a uma determinação da Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT). Os dados serão repassados para a PRF realizar o tratamento e atribuir as penalidades cabíveis.
Fonte Redação Diario de Cuiabá
