A greve dos profissionais da rede estadual de Educação continua por tempo indeterminado. A decisão de manter o movimento paredista iniciado em 27 de maio foi tomada em assembleia-geral da categoria na tarde desta sexta-feira (12), após o Governo do Estado recusar uma contraposta de conceder o reajuste de 7,69% parcelado em três vezes.
Na assembleia, realizada na Escola Estadual Presidente Médici, em Cuiabá, o clima foi de muitas criticas ao governador Mauro Mendes por, segundo os professores, se recusar a negociar e não fazer nenhuma proposta. “O que encerra greve é proposta", reafirmaram eles em vários momentos. Ao término da reunião, saíram em passeata para percorrer as ruas da Capital a exemplo das outras assembleias realizadas desde o início do movimento grevista.
Eles também recolheram alimentos para ajudar os profissionais que tiveram o ponto cortado pelo Governo do Estado com autorização do Tribunal de Justiça de Mato Grosso. Nas últimas semanas, a ação tem se repetido em alguns pontos da cidade, onde eles entregam panfletos, explicam sobre a greve e pedem ajuda financeira ou alimentos para auxiliar os trabalhadores que estão com salários cortados.
Ao longo da semana, o governador Mauro Mendes (DEM) e o secretário-chefe da Casa Civil, Mauro Carvalho, vinham afirmando em entrevistas que esperavam a compreensão da categoria para suspender a paralisação e retomar as aulas em 100% das escolas estaduais na próxima segunda-feira (15).
Nos últimos dias foram feitas reuniões com entre representantes do Governo, do Sindicato dos Trabalhadores do Ensino Público (Sintep-MT), do Poder Judiciário e do Tribunal de Justiça. Mas ainda assim não houve consenso, pois ambas as partes continuam irredutíveis.
De um lado, o Governo do Estado mantém o posicionamento de que não pode conceder qualquer reajuste aos servidores por impedimento legal com base na Lei de Responsabilidade Fiscal (LRF), cujo percentual de 49% de gastos com pessoal está estourado e a ordem é reduzir despesas ou aumentar receitas para conseguir se reenquadrar ao limite estabelecido na norma federal.
Da outra ponta, os profissionais da rede estadual de Educação também não abrem mão do benefício trabalhista garantido na lei nº 510/2013 que prevê reajuste gradual dos salários até 2023. Também querem o pagamento da Revisão Geral Anual (RGA).
Na última audiência realizada com as partes com a intermediação do Poder Judiciário, o Governo do Estado se comprometeu a pagar os salários dos pontos cortados em duas parcelas desde que os professores voltassem ao trabalho na próxima segunda-feira. Já os trabalhadores condicionam a volta às salas de aula ao pagamento do reajuste de 7,69% mesmo que de forma parcelada. Diante do impasse, o movimento grevista prossegue por tempo indeterminado.
