A diretora administrativa do Instituto Federal de Mato Grosso (IFMT), Samila Dalva de Jesus Silva, que está licenciada para poder disputar as eleições deste ano, foi alvo da Polícia Federal (PF) durante cumprimento de mandados de busca e apreensão na operação Circumitus, deflagrada na manhã desta quarta-feira (21) para investigar esquema de desvio de recursos públicos federais no campus de Campo Novo do Parecis. Conforme a PF, a operação visa desarticular um esquema criminoso envolvendo fraudes e desvio de recursos públicos no IFMT nas áreas da educação e infraestrutura em valores que somam R$ 4,8 milhões.
Outro alvo da investigação que também sofreu busca e apreensão é a Protege Energia que possui contratos com o IFMT para prestação de serviços de manutenção predial e rede elétrica. A empesa recebeu mais de R$ 9 milhões como pagamentos do Instituto entre 2011 e 2018.
Seu proprietário, o empresário Maurício Souza de Menezes, foi preso em flagrante e autuado por posse ilegal de arma de fogo, mas acabou liberado após pagar fiança. A Protege Energia está situada na Rua Santa Fé, no bairro Jardim Califórnia, em Cuiabá.
No caso da servidora Samila Silva, ela é filiada ao Patriota e é candidata a vereadora nas eleições de novembro. Em sua declaração de bens, apresentou à Justiça Eleitoral um patrimônio de R$ 589,7 mil.
No rol de bens declarados pela candidata, consta um terreno de R$ 70 mil, quotas de R$ 100 mil numa empresa de centro de formação de condutores (Auto Escola Sinal Verde Ltda), uma casa no valor de R$ 300 mil e um Jeep Compass, veículo de luxo descrito com o valor de R$ 119,7 mil. A assessoria do Instituto Federal informou que está produzindo uma nota para ser encaminhada aos veículos de comunicação de Mato Grosso.
Consta no site da instituição que Samila é chefe do departamento de Administração e Planejamento do Campus Campo Novo do Parecis. Para concorrer a eleição, ela precisou se afastar do cargo público.
Na ação, os agentes da PF cumpriram 12 mandados de busca e apreensão em residências, sedes de empresas e no campus do IFMT. Desse total, foram 5 ordens judiciais cumpridas em Cuiabá e 7 em Campo Novo do Parecis.
A Justiça Federal também decretou sequestro de dinheiro nas contas de duas pessoas investigadas no esquema. De acordo com a Polícia Federal, as investigações foram iniciadas partir de trabalhos internos da Controladoria Geral da União (CGU) que identificaram pagamentos de notas fiscais de possível fornecimento de gêneros alimentícios em janeiro deste ano para alimentação escolar, sendo que neste período os alunos estavam em período de férias escolares.
No decorrer das investigações foi possível constatar que os alimentos não foram entregues pelas empresas contratadas, mas foram pagos integralmente. Somente nesta ocasião foram desviados cerca de R$ 127 mil.
ORÇAMENTO DO IFMT
Conforme informações disponíveis no site do IFMT, o Departamento de Administração e Planejamento (DAP), chefiado por Samila é responsável pela coordenação, planejamento, fomento, ordenação, elaboração e supervisão de ações e processos administrativos visando planejar e executar o orçamento, prestando contas dos recursos utilizados pelo IFMT – Campus Campo Novo. Tais funções são desempenhadas juntamente com as coordenações de Serviço de Apoio, Contratos e Convênios, Compras e Licitação, Execução Orçamentária e Financeira, Almoxarifado e Patrimônio.
"É responsável por planejar, coordenar e acompanhar as atividades de administração, planejamento, infraestrutura, gestão orçamentária, financeira, contábil e patrimonial no âmbito do Campus. Compete acompanhar e controlar a execução dos projetos, contratos, convênios e as respectivas prestações de contas, sendo responsável ainda por coordenar as ações relacionadas aos serviços de manutenção geral, e das áreas de materiais e patrimônio".
