O Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama), com apoio do Batalhão de Operações Especiais de Mato Grosso (Bope–MT) e da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), concluiu mais uma etapa da Operação Xapiri, com foco no combate ao garimpo ilegal na Terra Indígena Kayabi (MT).
A operação, que ocorreu em 10 de junho, destruiu 23 balsas, além de 15 embarcações, diversas estruturas logísticas e milhares de litros de combustível utilizados nas atividades ilícitas. Em uma das balsas, fiscais do Ibama também encontraram fósseis de animais – evidência de que além dos impactos ambientais, havia prejuízos paleontológicos.
A presença de dragas e balsas na região provoca contaminação, assoreamento e destruição das margens do rio, comprometendo a reprodução de peixes e ameaçando a subsistência dos povos indígenas e ribeirinhos. Em 2025, já são quase 50 balsas inutilizadas no rio Teles Pires, reforçando o compromisso da fiscalização.
A neutralização da infraestrutura ilegal é essencial para interromper o ciclo de exploração predatória, que, se não contido, aumenta os danos ambientais e coloca em risco a cultura e o modo de vida dos povos Kayabi – Apiaká, Kawaiwete e Munduruku – que habitam os municípios de Apiacás e Jacareacanga. O rio Teles Pires, elemento central da vida tradicional, corre risco quando degradado.
A Operação Xapiri integra o Plano Anual de Proteção Ambiental (Pnapa) do Ibama, que prevê ações sistemáticas de fiscalização nas Terras Indígenas. O desmantelamento dessas balsas e o combate aos equipamentos utilizados no garimpo ilegal demonstram o esforço contínuo da instituição na defesa do patrimônio ambiental e cultural do país.
Assessoria