Dados do Ministério da Saúde revelam que os casos de infecção pelo vírus HIV aumentaram, em 2019, em Mato Grosso.
Ao todo, foram 934 (26%) notificações contra 741, em 2018.
De acordo com o balanço, entre 2007 e 2020, ocorreram 5.388 diagnósticos, sendo 277 registros neste ano, no Estado.
Além disso, o coeficiente estadual de mortalidade pela doença é superior à incidência nacional.
Também houve aumento dos casos diagnósticos com Aids, doença causada pelo vírus HIV.
Em 2019, foram 874 notificações de Aids contra 753, no ano anterior. Agora, em 2020, são 285 casos nos seis primeiros meses.
E, entre 2009 e 2109, houve um incremento de 15,1% na taxa de detecção da doença. Desde o início da década de 80, foram 14.953 casos registrados.
Os números preliminares, ou seja, passíveis de alteração, fazem parte do boletim epidemiológico divulgado pelo Ministério da Saúde, na terça-feira (1º), durante o lançamento da campanha de prevenção ao HIV/Aids, em celebração ao Dia Mundial de Luta Contra a Aids.
Neste ano, a mobilização nacional tem como slogan “HIV/Aids. Faça o teste. Se der positivo, inicie o tratamento”.
Em todo país, cerca de 920 mil pessoas vivem com HIV, atualmente.
Dessas, 89% foram diagnosticadas, 77% fazem tratamento com antirretroviral e 94% das pessoas em tratamento não transmitem o HIV por via sexual por terem atingido carga viral indetectável.
Em 2020, até outubro, cerca de 642 mil pessoas estavam em tratamento antirretroviral. Em 2018 eram 593.594 pessoas em tratamento.
Ainda em nível nacional, em 2019, foram diagnosticados 41.919 novos casos de HIV e 37.308 casos de Aids.
O órgão federal estima que cerca de 10 mil casos de Aids foram evitados no país, no período de 2015 a 2019.
A maior concentração de casos de Aids está entre os jovens, de 25 a 39 anos, de ambos os sexos, com 492,8 mil registros.
Os casos nessa faixa etária correspondem a 52,4% dos casos do sexo masculino e, entre as mulheres, a 48,4% do total de casos registrados.
O levantamento mostra ainda que, desde o início da epidemia de aids (1980) até 31 de dezembro de 2019, foram notificados no Brasil 349.784 óbitos tendo o HIV/aids como causa básica.
No período de 2009 a 2019, verificou-se uma queda de 29,3% no coeficiente de mortalidade padronizado para o país, que passou de 5,8 para 4,1 óbitos por 100 mil habitantes.
Quando analisada a mortalidade por unidade da Federação, em 2019, 11 delas apresentaram coeficiente superior ao nacional, que foi de 4,1 óbitos por 100 mil habitantes.
Entre elas, está Mato Grosso com 4,4 mortes por 100 mil indivíduos. Contudo, houve uma queda (-20%) em relação a 2009 (5,5/100 mil).
Durante o lançamento da campanha transmitida pelas redes sociais, o secretário de Vigilância em Saúde, Arnaldo Medeiros, ressaltou o esforço do Sistema Único de Saúde (SUS) no tratamento e no diagnóstico da doença e destacou que as ações não param mesmo durante a pandemia da Covid-19.
“Garantimos tratamento mesmo em época pandêmica. Não faltou medicação, testes rápidos de HIV ou preservativos. Garantimos a contínua dispensação de medicamentos para o tratamento desse paciente”, afirmou.
GESTANTES – Em 2019, 12 unidades da Federação (UF) apresentaram taxa de detecção de HIV em gestantes superior à taxa nacional.
Entre eles, está Mato Grosso (3,3), além do Rio Grande do Sul (9,0 casos/mil nascidos vivos), Santa Catarina (5,0), Rio de Janeiro (4,4), Roraima (4,4), Pará (3,7), Alagoas (3,3), Amazonas (3,2), Pernambuco (3,2), Sergipe (3,1), Rondônia (3,1) e Paraná (2,9).
No Estado, desde o início dos anos 2000, são contabilizados 2.271 casos de HIV em gestantes. Neste ano, são 71 casos contra 196, em 2019.
A Capital mato-grossense aparece no nono lugar no ranking da taxa de detecção de grávidas com o vírus com 5,0 casos por mil nascidos vivos.
DIFERENÇA – Dados da Secretaria de Estado de Saúde (Ses-MT) apontam para uma diferença dos casos de HIV, em 2019, em relação ao boletim divulgado pelo MS.
Segundo o órgão estadual, 943 indivíduos se infectaram com o HIV, ano passado, e um total de 524 pessoas foram diagnosticadas com Aids.
Os dados do órgão estadual ainda mostram que, neste mesmo período, cerca de 484 jovens entre 15 e 29 anos foram diagnósticos com HIV.
O levantamento revela que, de janeiro a outubro de 2020, houve registro de 650 diagnósticos de HIV/Aids no Estado.
Deste total, 232 casos estão entre os jovens de 20 a 29 anos, sendo a maioria do sexo masculino. Nos 10 primeiros meses do ano foram diagnosticados 126 casos de infecção por HIV entre gestantes.
No próximo dia 9, a Secretaria de Saúde de Mato Grosso realiza o "1º Simpósio Estadual Virtual de Conscientização e Luta contra o HIV/Aids".
A proposta é debater o tema entre os profissionais da saúde com foco no atendimento e tratamento de qualidade aos pacientes.
Devido à pandemia pela Covid-19, o evento será online e transmitido por meio do canal YouTube da Escola de Saúde Pública (ESP-MT).
Para a superintendente de Vigilância em Saúde, Alessandra Moraes, a prevenção ainda é a melhor conduta para evitar a infecção.
“Por uma prevenção efetiva, o governo do Estado, bem como os 141 municípios, por meio do Sistema Único de Saúde, trabalham na oferta de testagem e insumos, como preservativo, à toda população, além do disponibilizar tratamento e acompanhamento adequado através dos Serviços de Assistência Especializa (SAE)”, afirmou, por meio da assessoria de imprensa.
