O presidente do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT), conselheiro Guilherme Maluf, afirmou que o cumprimento de mandados de busca e apreensão no órgão na manhã desta quarta-feira (17) traz um “constrangimento” à Casa.
A ação faz parte da 16ª fase da Operação Ararath, deflagrada pela Polícia Federal de Mato Grosso. As buscas ocorreram por determinação do ministro Raul Araújo, do Superior Tribunal de Justiça (STJ). Além da sede do TCE, foram alvos da operação os conselheiros afastados José Carlos Novelli, Waldir Teis e Sérgio Ricardo.
“Houve a operação, uma busca e apreensão aqui no TCE, cujo objetivo era a obtenção de contratos de diversas áreas da gestão de 2012 a 2015 [à época em que Maluf ainda não era conselheiro]. Colaboramos prontamente com a PF”, disse o presidente, em live transmitia pela página do MidiaNews no Facebook.
“Não tenho dúvida que é constrangedor, mas faz parte da democracia e do respeito aos Poderes. Acredito que a Justiça está investigando. Vamos agora aguardar os fatos que vão desencadear a partir dessas buscas”, emendou.
Maluf disse ter tomado conhecimento da operação na manhã de hoje, já que precisava ser notificado sobre as buscas.
“Havia uma determinação do ministro para a notificação. Fui notificado, vim para o TCE e dei o recebido no documento que foi apresentado em que solicitava apreensão dos contratos”.
Segundo ele, aproximadamente 90% dos contratos solicitados pelo STJ já foram entregues, restando alguns que ainda precisam ser localizados.
Apesar da situação classificada por ele com constrangedora, Maluf garantiu que tão logo os agentes da PF deixaram o prédio, as atividades do TCE foram retomadas.
Afastamento
Durante a entrevista o presidente disse que evita tecer comentários a respeito da situação dos conselheiros afastados da Corte desde 2017, quando ocorreu a Operação Malebolge, 12ª fase da Ararath.
Naquela ocasião, o ex-governador Silval Barbosa – em delação premiada, himologada pelo STF – acusou cinco conselheiros (Sérgio Ricardo, Valter Albano, Antônio Joaquim, José Carlos Novelli e Waldir Teis) de receberem R$ 53 milhões em propina para, em troca, dar pareceres favoráveis às contas de Governo e não colocar entraves no andamento das obras da Copa do Mundo de 2014.
“Não gostaria de ficar comentando, até porque isso está em investigação. Tenho receio de estar cometendo alguma injustiça”, resumiu o atual presidente.
“O que posso assegurar a todos é que estamos cumprindo nosso papel constitucional. Existem os conselheiros substitutos que estão atuando, em conjunto comigo e com o conselheiro Campos Neto. Tendo uma produção boa, desenvolvendo nosso principal objetivo que é o controle externo”, disse.
Sobre a demora no desfecho do caso, Maluf disse que não lhe cabe qualquer tipo de interferência.
“Estamos aguardando os desdobramentos das ações de uma forma bem paciente e colaborando com as investigações. Isso não depende de nós, a demora realmente existe. Mas não posso fazer nada como conselheiro. Resta aguardar os desdobramentos”, concluiu.
Fonte – MídiaNews