A procuradora da República, Vanessa Cristhina Marconi Zago Ribeiro Scarmagnani, pediu o desmembramento do inquérito da operação “Malebolge” (12ª Fase da “Ararath”). Ex-governadores, ex-deputados estaduais (e também atuais), além de ex-secretários de Estado são alvos da operação. As informações são do site Ponto na Curva.
A “Malebolge” foi deflagrada em setembro de 2017 e teve como base os depoimentos realizados no âmbito da colaboração premiada do ex-governador Silval Barbosa. A procuradora da República opinou pelo desmembramento justificando que tratam-se fatos “autônomos”, que atingem esses agentes políticos.
“Desta forma, a Polícia Federal deverá instaurar um Inquérito Policial tendo por objeto cada caso declinado a esta Seção Judiciária, bem como juntar todos os documentos e elementos de provas produzidos em relação a cada caso, a exemplo dos relatórios de análise de material apreendido e relatório das mídias apreendidas”, justificou Vanessa Scarmagnani.
A procuradora emitiu seu parecer defendendo que devem ser desmembrados do inquérito principal da operação “Malebolge” 4 casos – os achados “01”, “02”, “05” e “07”.
Em relação ao achado “01”, as investigações apontam que os ex-governadores Blairo Maggi e Silval Barbosa, o ex-senador Cidinho Santos, o ex-chefe de gabinete de Silval, Silvio César, o deputado estadual Carlos Avalone, o ex-secretário de Estado de Fazenda, Eder de Moraes, e os empresários Celso Duarte Bezerra e Gustavo Capilé são suspeitos de tentar “embaraçar” a Justiça.
No caso “02”, o MPF apura a suposta prática de lavagem de dinheiro entre o conselheiro afastado do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT), Antônio Joaquim, o empresário Wanderley Fachetti, e Silval Barbosa, na compra de uma fazenda.
Já o achado “05” apura o recebimento de um “mensalinho” pelos deputados estaduais Romoaldo Júnior (MDB), o suplente Oscar Bezerra (PV), além dos ex-parlamentares José Domingos Fraga Filho, Hermínio Barreto, Gilmar Fabris, José Joaquim de Souza Filho, o "Baiano Filho", Hermínio Barreto, Luiz Marinho de Souza Botelho e Carlos Antonio Azambuja.
Os recursos ilícitos – forma supostamente encontrada pelos ex-governadores Silval e Maggi para “comprar” o apoio dos deputados -, também teriam sido recebidos pelo prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), pela prefeita cassada de Juara (696 KM da Capital), Luciane Bezerra, além do procurador Alexandre César.
Por fim, o caso “07” apura um suposto esquema entre Blairo Maggi, Silval Barbosa, Valdir Piran, Genir Martelli, Pedro Nadaf, José Bezerra de Menezes, Marcel de Cursi, José Geraldo Nonino, Carlos Avalone e Marcelo Avalone, que concedeu créditos no valor de R$ 130 milhões a construtoras de Mato Grosso.
O pedido da Procuradora ainda precisa ser analisado pelo juiz da 5ª Vara Federal de Cuiabá, Jeferson Schneider.
