Ex-senador Cidinho Santos (PL) foi um dos alvos de busca e apreensão nesta quarta fase da Operação "Carne Fraca", da Polícia Federal, que investiga um esquema de pagamento de propina para auditores fiscais agropecuários federais para beneficiar empresas frigoríficas em diversos estados do país. Os mandados foram cumpridos na manhã desta terça-feira (1º).
O escritório em Cuiabá e o frigorífico União Avícola, em Nova Marilândia (392 quilometros a médio-norte de Cuiabá), foram alvos de busca e apreensão.
O Ex-senador explicou que o mandado foi com referência a um possível pagamento de propina à fiscal D.B.
"O que está no documento é de que a BRF teria pago vantagem indevida a essa fiscal via a minha empresa. Mas ela nunca atuou no nosso frigorífico", explicou o ex-senador.
Segundo Cidinho, apesar da exposição, ele está tranquilo para dar qualquer esclarecimento sobre o fato. Além de Mato Grosso, os estados de São Paulo, Paraná, Santa Catarina, Goiás, Pará, Rio Grande do Sul, Minas Gerais e Rio de Janeiro, também tiveram diligências da PF. Ao todo 60 auditores fiscais foram alvos.
A investigação aponta que o valor pago em propina ultrapassa os R$ 19 milhões. Essa é a segunda vez que BRF é o centro das investigações. Na 3ª fase, denominada "Operação Trapaça", em 2018, a Polícia Federal mirava desmantelar possíveis fraudes laboratoriais perante o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento.
De acordo com as investigações 5 laboratórios credenciados junto a Agricultura e setores de análises do grupo empresarial fraudavam resultados de exames em amostras de seu processo industrial, informando ao Serviço de Inspeção Federal dados fictícios em laudos e planilhas técnicos.
A Operação se iniciou em março de 2017, quando 21 frigoríficos foram alvos sob suspeita de fraudes nas carnes vendidas no Brasil e no exterior. Segundo a PF, fiscais do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa) recebiam propina para liberar licenças sem realizar a fiscalização adequada nos frigoríficos.
