Isso porque uma confusão com a pauta fez com que 6 vereadores da oposição se retirassem no plenário, restando apenas dois parlamentares. Com a falta de quórum, a sessão foi cancelada e reagendada para o dia 2 de abril.
De acordo com a vereadora Ulliane Macarena (MDB), presidente da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instalada em 6 de novembro de 2017 na qual a prefeita já é investigada por fraudes de R$ 1 milhão em contratos de serviços de limpeza urbana, na noite anterior (quarta-feira, 14), foi apresentado relatório da 1ª fase de investigações e divulgado que a votação da abertura do 2º processo seria votado na quinta-feira.
Porém, ao chegar para a sessão, ela e outros colegas foram surpreendidos com a ausência do assunto na pauta. “Os vereadores foram para votar e, chegando lá, não estava na pauta. Então, como manifestação, 6 deles se recusaram a participar”, disse a vereadora.
Além disso, um homem chamado Leandro Fachini se apresentou como advogado da prefeita e apontou que o tema não poderia ser votado porque não havia sido protocolado na secretaria da Câmara. “Eles alegaram que o recebimento da denúncia não foi protocolado na secretaria. O presidente recebeu, mas ele não protocolou na secretaria. Eles alegam que o regimento fala que tem que ser protocolado na secretaria”, relatou Ulliane.
Afastando a questão técnica, a parlamentar afirma que o argumento utilizado pelo suposto advogado foi uma brecha encontrada para impedir a votação. “Na verdade, a gente sabe que foi a única coisa que eles conseguiram pra não colocar na pauta”.
Mesmo com o fato de o presidente da Câmara, vereador João Batista Rissotti, o João do Hospital (PSDB), que é da base de apoio da prefeita, não ter colocado a votação na pauta, Ulliane prefere não falar em manobra política. “A gente não sabe o que aconteceu pra não ser colocado, é difícil falar”.
A vereadora diz que também não tem como afirmar que Leandro Fachini é realmente advogado da prefeita porque, desde que passou a ser investigada na CPI, há cerca de 6 meses, Luciane Bezerra nunca apresentou defesa. Na sessão desta quinta-feira, a gestora também não compareceu, mas seu marido, o deputado estadual Oscar Bezerra (PSB) acompanhou a sessão no meio do público.
O Gazeta Digital entrou em contato por telefone e mensagem, tanto com Luciane quanto com Oscar Bezerra, mas somente ele respondeu, confirmando que Leandro Fachini é realmente advogado da prefeita.
De acordo com a vereadora Ulliane Macarena, a maioria das pessoas que foi acompanhar a sessão se posicionou a favor da abertura da comissão de cassação da prefeita, entre eles, os promotores Osvaldo Moleiro Neto e Roberta Sanches, ambos autores do pedido de cassação.
Ela afirma que houve uma discussão entre o defensor da prefeita e a promotora. Fachini acusava Sanches de agir como promotora, o que é vedado pela legislação municipal no caso de cassação e ainda do protocolo dela não estar dentro do prazo de 48 horas de antecedência da sessão. “Ele alega que ela estava lá como promotora, mas na verdade ela estava lá como cidadã porque o protocolo foi como cidadã e não como promotora”, disse a vereadora.
Fonte Celly Silva