A Secretaria Estadual de Justiça e Direitos Humanos (Sejudh) informou que as revistas são realizadas diariamente nas unidades penais de Mato Grosso, entre elas, a Ana Maria do Couto May. De acordo com a Sejudh, nenhuma presa tem acesso a computadores ou qualquer tipo de aparelho que possa realizar postagens nas redes sociais.
As postagens chamaram a atenção do Ministério Público Estadual (MPE), que pediu à Justiça a manutenção da prisão preventiva da médica e à direção da unidade prisional, uma revista na cela onde a médica está.
O advogado dela, Aramadson Barbosa da Silva, disse que a defesa ainda não foi notificada sobre a petição do MPE e que desconhece o uso de celular por ela na prisão. Alegou ainda que Yana nunca tentou fugir e nem se negou a prestar informações e que, por causa disso, não vê motivos para mantê-la presa.
Conforme o promotor Willian Oguido Ogama, de Colniza, o MPE recebeu prints das postagens que ela fez na rede social no último final de semana, apesar de estar presa preventivamente.
A conta dela é privada. Os prints foram reproduzidos no pedido do MP.
Em um dos comentários postados em uma foto, ela diz: “Meus amores! Amoooooooo! Titia já chega para morder”.
Ele argumenta no ofício encaminhado à Justiça que Yana foi denunciada por diversos crimes, entre eles homicídio qualificado contra o prefeito, podendo ser condenado a mais de quatro anos de prisão.
Para o promotor, a prisão preventiva dela deve ser mantida, já que mesmo presa continua tendo acesso às redes sociais e tendo contato com o “mundo exterior”. “Solta, a interferência será ainda mais acentuada, havendo riscos concretos dessa incidir em testemunhas arroladas no processo, bem como na ocultação de objetos e outras provas”, argumentou.
No perfil, Yana se diz médica, cristã, apaixonada pela família e muito abençoada e “blindada por Deus”. Também cita que é casada com Rodrigo, que, na verdade, é Antônio Pereira Rodrigues, empresário acusado de ser o mandante do assassinato do prefeito Esvandir. O marido dela também está preso.
A polícia que investigou o crime médica teria emprestado o carro dela, um HB20, para o cunhado adolescente, a fim de que ele ajudasse o marido dela e os dois executores a fugir.
Yana, o marido dela e mais dois, apontados como autores dos disparos que mataram o prefeito, são acusados de envolvimento no crime.
A médica tinha conhecimento da “trama criminosa” e que prestou o auxílio necessário para a execução do prefeito, conforme o MPE. A investigação aponta que Yana apresentou os dois executores ao marido e providenciou a fuga deles.
Demitida
Em janeiro, o MPE pediu o rompimento do contrato da médica que atendia no Hospital André Maggi, em Colniza. No pedido, o órgão alegou que antes de ser assassinado, Esvandir havia informado, de maneira informal, que não renovaria o contrato com a médica e que convocaria aprovados em concurso. Yana não era concursada e prestava serviços para a prefeitura.
De acordo com o MPE, ela usou diploma falso para comprovar o tempo de residência médica na Universidade de São Paulo (USP) e especialidade em pediatria.
Morte de prefeito
Esvandir foi morto no dia 15 de dezembro quando voltava da zona rural do município. Ele foi perseguidos pelos suspeitos que estavam em um SUV de cor preta. Após os disparos, o prefeito ainda conseguiu dirigir e chegar no perímetro urbano. O então secretário de Finanças do município, Admilson Ferreira dos Santos, que estava no veículo junto com o prefeito e também foi baleado, mas sobreviveu ao atentado.
Fonte – G1MT